LGPD: Via Varejo sai na frente e cria portal para cliente consultar dados que empresa armazena sobre eles

Os clientes da Via Varejo, dona das redes Casas Bahia e Ponto Frio, já podem consultar todo tipo que dado que companhia guarda sobre eles em seus sistemas. A medida, que atende à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), permite que as pessoas saibam que informações são armazenadas, que uso a companhia faz delas e possam inclusive, pedir que sejam apagadas.

A consulta pode ser feita pelo Portal de Privacidade (https://www.privacidade.viavarejo.com.br/). Nesse endereço, os clientes também podem pedir a correção dos dados que são guardados.

Sandra Gebara, diretora jurídica, de gestão de riscos e compliance, DPO e relações governamentais da Via Varejo, diz que abertura desses dados ajuda a aumentar a confiança do cliente na companhia

“A empresa ganha credibilidade. O cliente passa a confiar mais, pois sabe que dados seus estão guardados, como eles são controlados. Ele sabe que tem um responsável por seus dados e a certeza que a empresa controla aquela informação”, afirma Gebara.

Leia abaixo entrevista com a DPO da Via Varejo

Como vocês chegaram nesse portal de privacidade?

Sandra Gebara – Quando a LGPD foi editada, começamos a nos precaver e montamos grupos interdisciplinares dentro da empresa. Trouxemos gente do RH, do escritório de privacidade, de controles para pensar em como nos adequar.

A LGPD provocou uma mudança na cultura interna. Precisávamos encontrar um caminho viável para que aquele dado que tinha ingressado na companhia fosse tratado de forma adequada e pudéssemos, de forma rápida, dar informações sobre eles.

A partir desses grupos surgiu a ideia de criar o portal de privacidade para que todo mundo tivesse acesso aos próprios dados e tirar dúvidas sobre a legislação.

Que mudança a LGPD trouxe?

Ela obrigou as empresas a dar informações sobre os dados que armazena mais rapidamente, alterá-los se estiverem equivocados e deletá-los se não tiverem respaldo legal.

Mas a LGPD não inventou nada, ela é um segundo estágio daquilo que já existia no CDC (Código de Defesa do Consumidor), que já previa direitos ao consumidor como à exatidão de dados.

Clientes e usuários sabiam que podiam pedir acesso a seus dados?

Havia um grande desconhecimento dos dois lados. Havia o desconhecimento de que o consumidor tinha direito de saber que dados seus estavam armazenados, como essas informações eram tratadas.

Mas a LGPD chegou com um peso muito grande e trouxe esse conhecimento para as pessoas.

Como está o acesso ao portal? O que os clientes pedem em relação a seus dados?

Já tivemos mais de 2.000 acessos. Muita gente pede para corrigir algum dado, como endereço ou e-mail. Eu mesma consultei e descobri que estava com nome de casada. Pedi para alterar para meu nome de divorciada.

E muita gente q entra para tirar dúvida sobre a LGPD. A lei não proíbe as companhias de ter esses dados, apenas determina que eles sejam armazenados da forma correta e com o consentimento do consumidor. E que essas informações sejam divulgadas apenas com a autorização do consumidor.

Os clientes já pediam acesso a seus dados antes?

Não. Mas a partir da edição da LGPD passamos a receber esse tipo de pedido.

Que benefício você vê para empresa e clientes com esse tipo de abertura de dados?

A empresa ganha credibilidade. O cliente passa a confiar mais, pois sabe que dados seus estão guardados, como eles são controlados. Ele sabe que tem um responsável por seus dados e a certeza que a empresa controla aquela informação.
Fonte: 6Minutos
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